Tony Melendez – Exemplo de superação

Tony Melendez nasceu sem os braços, mas isso não o impediu de ser uma pessoa (in)comum.

Digo comum porque realiza tudo o que uma pessoa normal faz, e incomum porque poderia estar dependendo de programas sociais promovidas pelo governo e passando os dias em casa reclamando da vida.

Se muitos de nós já fizemos sem termos nenhum problema físico, quiçá estando na situação dele.

Este vídeo é o retrato da superação das dificuldades físicas e emocionais de um homem.

Ele fez de sua vida o que sonhou e sempre acreditou que podia: Eu posso!

Temos inúmeros exemplos como esse pelo mundo, com suas dificuldades específicas mas, no fundo, sempre a mesma lição: a aceitação ativa da realidade de cada um.

Por favor no me digas que no puedes! Tony Melendez

JESUS ERA PERIPATÉTICO


artigosARTIGO: Para Max Gehringer, articulista da Revista Você S/A, o método de Jesus não apenas foi espetacular durante o seu ministério, como também serve de parâmetro para os treinamentos corporativos. Acompanhe…

Numa das empresas em que trabalhei, eu fazia parte de um grupo de treinadores voluntários. Éramos coordenados pelo chefe de treinamento, o professor Lima, e tínhamos até um lema: “Para poder ensinar, antes é preciso aprender” (copiado, se bem me recordo, de uma literatura do Senai).

Um dia, nos reunimos para discutir a melhor forma de ministrar um curso para cerca de 200 funcionários. Estava claro que o método convencional – botar todo mundo numa sala – não iria funcionar, já que o professor insistia na necessidade da interação, impraticável com um público daquele tamanho.

Como sempre acontece nessas reuniões, a imaginação voou longe do objetivo, até que, lá pelas tantas, uma colega propôs usarmos um trecho do Sermão da Montanha como tema do evento. E o professor, que até ali estava meio quieto, respondeu de primeira.

Aliás, pensou alto:

– Jesus era peripatético…

Seguiu-se uma constrangida troca de olhares, mas, antes que o hiato pudesse ser quebrado por alguém com coragem para retrucar a afronta, dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião para dizer que o gerente de RH precisava falar urgentemente com o professor.

E lá se foi ele, deixando a sala à vontade para conspirar.

– Não sei vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto – disse a Laura.

– Eu nem diria de mau gosto, Laura. Eu diria ofensivo mesmo – emendou o Jorge, para acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por um silêncio geral.

– Talvez o professor não queira misturar religião com treinamento – ponderou o Sales, que era o mais ponderado de todos.

– Mas eu até vejo uma razão para isso…

– Que é isso, Sales? Que razão?

– Bom, para mim, é óbvio que ele é ateu.

– Não diga!

– Digo. Quer dizer, é um direito dele. Mas daí a desrespeitar a religiosidade alheia…

Cheios de fúria, malhamos o professor durante uns dez minutos e, quando já o estávamos sentenciando à fogueira eterna, ele retornou.

Mas nem percebeu a hostilidade.

Já entrou falando:

– Então, como ia dizendo, podíamos montar várias salas separadas e colocar umas 20 pessoas em cada uma. É verdade que cada treinador teria de repetir a mesma apresentação várias vezes, mas… Por que vocês estão me olhando desse jeito?

– Bom, falando em nome do grupo, professor, essa coisa aí de peripatético, veja bem…

– Certo! Foi daí que me veio a idéia. Jesus se locomovia para fazer pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar seus discípulos. Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico… Mas que cara é essa?… Peripatético quer dizer “o que ensina caminhando”.

E nós ali, encolhidos de vergonha.

Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar que desconhecia a palavra que o resto concordaria e tudo se resolveria com uma simples ida ao dicionário. Isto é, para poder ensinar, antes era preciso aprender.

Finalmente, aprendemos. Duas coisas:

A primeira é: o fato de todos estarem de acordo não transforma o falso em verdadeiro.

A segunda é: que a sabedoria tende a provocar discórdia, mas a ignorância é quase sempre unânime. MAX GEHRINGER
Revista Você S/A